segunda-feira, 26 de maio de 2014

Orvalhar a voz



Florianópolis - by Regina Oliveira
Vi uma vez um casal que muito apaixonado, era um referência quase próxima daquilo que eu como mulher e romântica, considero satisfatório.

Mas, acompanhando um pouco de perto deu pra perceber como o aconchego do amor, vai perdendo 
a leveza e a beleza. 

O descaso com as pílulas de nutrição do amor, é algo que aos olhos sonhadores e sublimes da alma feminina, logo se tornam sensíveis. O mesmo não acontece com a alma cotidiana da obra masculina de Deus. 

A idealização de uma conjugação carnal harmoniosa e cúmplice é o devaneio de um vasto número de almas femininas. 

Tanto quanto, a alma masculina deseja o recanto do lar aconchegante, com a alma feminina que ele escolheu, à sua espera cheirosa, sorridente e de braços aberto para recebe-lo, assim, também o é com a alma feminina, só que ela espera aquele abraço sorridente que a envolve pela cintura e a elava nos braços à altura dos seus olhos... com sonoro 'huuum que saudade". 

É interessante como a alma feminina se encanta com um pouco de doçura, o toque sutil por baixo dos cabelos amparando sua nuca, com as mão fortes que percorrem do quadril aos ombros num toque clamoroso  entre desejo e ternura, sobre a intrusão do vestido que separa o calor de usas peles. 

Nas tribulações do dia, a alma feminina em momento confuso e exaustivo espera a parceria de um chá quente à mesa do escritório, ou, a surpresa do  toque deslisantes nos pés cansados, que sabe até algo mais, quem sabe um colo de poucos minutos, mas com tanto aconchego e suavidade que renova a essência esmorecida da alma feminina.

Ou que sabe aquele olhar profundo e complacente com sua tristeza escondida sob o véu do "tudo bem", pena que as entrelinha do olha e da voz, não sejam o suficiente para romper a barreira da praticidade e razão da alma masculina.

Percebi em muitas nuances dispersas no ar, como a alma masculina prefere não se aperceber das sutilidades sequiosas de atenção, que  emanam silenciosas das sutis dores da alma feminina  .

Sorvi alguns lampejos que permeiam a complexidade dessa troca, que na maioria das vezes exige muito do outro, aquilo que não sabe dar, ou prefere não saber.  Entendo nesse meandro que saber implica em ação ou reação diante do saber, o que às vezes não convém. 

Assim, como a parte traída, mas que ainda nutre o amor, mesmo que dilacerado pela dor da deslealdade; prefere muitas vezes suplantar a verdade para não carecer agenciar uma providência.

Muitas vezes a escuridão parece ser o lugar mais seguro.

por Flanarista
#Penso-logo-existo

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